estar num país diferente não é só estar cá e confrontarmo-nos com uma cultura diferente. é também tomarmos consciência do valor do nosso país compreender o que temos de bom e o que poderia ser transformado.
conversar com alguém é sempre uma partilha parte a parte.
é difícil explicar a culinária checa – mais difícil é explicar a cozinha portuguesa com tanto prato típico e com tanta variedade desde a sopa à sobremesa, passando pelo prato principal.
é difícil explicar a música checa, a música folk, uma espécie de baladas de intervenção ao ritmo de címbalos. então e como se explica o fado? onde nasceu, como se canta, o que se canta, as roupas, os lugares, a tradição, o mais popular e o mais sóbrio? como se explica Amália Rodrigues e Mariza, nomes desconhecidos aqui. como dizer saudade quando a palavra mais portuguesa não é traduzível em nenhuma outra língua?
como falar de Saramago e da sua escrita sem pontuação? como falar de Pessoa e Camões? como é difícil saber quem foiJaroslav Seifert , ainda que prémio Nobel da literatura!
explicar Portugal é um exercício quase patriota. é falar do bom saber reconhecer o pior. é tentar mostrar que a porta da Europa tem também muitas histórias a contar. é um cartão de visita. uma partilha mútua.
é sentir-nos também orgulhosos por sermos quem somos e uma viagem pelas nossas origens!
středa 31. ledna 2007
neděle 28. ledna 2007
ballets!
era uma terça-feira. eram ainda 18.15h quando comecei a procurar o Teatro Janáček. esperava um edifício desta arquitectura checa… um edifício grande e meio quadrado, de arcadas imponentes, qual não foi o espanto quando me apercebo que o teatro é uma espécie de Aula Magna mas um pouco maior e com um aspecto bem mais moderno. fiquei um pouco desiludida mas lá entrei de bilhete na mão.
deixo o meu casaco no bengaleiro quase com naturalidade, ou já não tivesse visto nos filmes vezes sem conta!
procuro o meu lugar no balcão. junto do bar juntam-se pessoas bem vestidas que tomam uma bebida antes do espectáculo. por bem-vestidas entenda-se senhores de fato e as damas de sandálias e vestido sem costas ou tailleur completo que nem visto para ir a casamentos. as minhas calças de ganga e a camisola preta da zara (ou qualquer outra loja semelhante) destoavam um pouco, mas esqueceram-se de me dizer que era MESMO TUDO como no cinema… considerando que estava a nevar acho que a minha roupa de gala só virá à ópera em março, porquanto fica melhor no roupeiro! ali, segundo me contaram constavam as pessoas importantes da cidade e também os intelectuais. pois este era o primeiro espectáculo depois da premiére, que é como quem diz, da estreia.
ouvem-se as badaladas e entro. a sala era grande e do meu lugar tinha uma vista privilegiada para o palco.
no palco, bailarinas e bailarinos de vestidos esvoaçantes mas retratando a época, movem-se graciosamente. contam a história de Spartacus através de coreografias e mímica silenciosa só acompanhada pela música da orquestra. devo aplaudir apenas no final? ou no final de cada coreografia? é melhor observar primeiro. ok, bater palmas no final de cada acto.
no intervalo, todos saem da sala, aproveita-se para tomar uma bebida. tento imaginar as conversas – talvez sobre o ballet, talvez sobre o vestido da Petra que é tão feio ou sobre a recente mudança de governo. de novo as badaladas chamam o público. e a historia prossegue até ao seu final trágico com a morte do protagonista.
o público aplaude até depois do fecho do pano. será que se deve aplaudir de pé? nada disso, apenas aplaudir até ficar sem dedos… os bailarinos agradecem e recebem ramos de flores.
está na hora de voltar para casa, mas antes devo recolher o meu casaco no bengaleiro. mas ainda me estava reservada uma surpresa… as senhoras de sandálias passam por mim com sacos de plástico e sentam-se no banco mais à frente onde trocam as sandálias altas por botas e vestem camisolas e casacos grossos (de todos os dias) disfarçando as roupas chiques. e está explicado o mistério das roupas veraneias em tempo de neve.
espero em breve voltar ao Teatro Janáček para que me contem outra história. espero que uma senhora gorda com bons pulmões!
deixo o meu casaco no bengaleiro quase com naturalidade, ou já não tivesse visto nos filmes vezes sem conta!
procuro o meu lugar no balcão. junto do bar juntam-se pessoas bem vestidas que tomam uma bebida antes do espectáculo. por bem-vestidas entenda-se senhores de fato e as damas de sandálias e vestido sem costas ou tailleur completo que nem visto para ir a casamentos. as minhas calças de ganga e a camisola preta da zara (ou qualquer outra loja semelhante) destoavam um pouco, mas esqueceram-se de me dizer que era MESMO TUDO como no cinema… considerando que estava a nevar acho que a minha roupa de gala só virá à ópera em março, porquanto fica melhor no roupeiro! ali, segundo me contaram constavam as pessoas importantes da cidade e também os intelectuais. pois este era o primeiro espectáculo depois da premiére, que é como quem diz, da estreia.
ouvem-se as badaladas e entro. a sala era grande e do meu lugar tinha uma vista privilegiada para o palco.
no palco, bailarinas e bailarinos de vestidos esvoaçantes mas retratando a época, movem-se graciosamente. contam a história de Spartacus através de coreografias e mímica silenciosa só acompanhada pela música da orquestra. devo aplaudir apenas no final? ou no final de cada coreografia? é melhor observar primeiro. ok, bater palmas no final de cada acto.
no intervalo, todos saem da sala, aproveita-se para tomar uma bebida. tento imaginar as conversas – talvez sobre o ballet, talvez sobre o vestido da Petra que é tão feio ou sobre a recente mudança de governo. de novo as badaladas chamam o público. e a historia prossegue até ao seu final trágico com a morte do protagonista.
o público aplaude até depois do fecho do pano. será que se deve aplaudir de pé? nada disso, apenas aplaudir até ficar sem dedos… os bailarinos agradecem e recebem ramos de flores.
está na hora de voltar para casa, mas antes devo recolher o meu casaco no bengaleiro. mas ainda me estava reservada uma surpresa… as senhoras de sandálias passam por mim com sacos de plástico e sentam-se no banco mais à frente onde trocam as sandálias altas por botas e vestem camisolas e casacos grossos (de todos os dias) disfarçando as roupas chiques. e está explicado o mistério das roupas veraneias em tempo de neve.
espero em breve voltar ao Teatro Janáček para que me contem outra história. espero que uma senhora gorda com bons pulmões!
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