quando se entra sente-se logo um certo formigueiro, não se sabe bem de onde vem. é um lugar sagrado e esse sentimento é o primeiro que nos encontra. não é um lugar de peregrinação, não é um lugar já sem sentido pelos mil souvenirs pirosos vendidos em todas as lojas. mas é sagrado, ainda que não tenhamos religião.
tento não fazer barulho para não incomodar aqueles que já lá estão. sento-me num banco antigo, de madeira trabalhada. à minha volta os frescos que contam a paixão de Cristo e os santos Pedro e Paulo que nos recebem, um de cada lado. as cores do altar fascinam. a luz entra e fica como que a pairar.
não conheço as palavras e mesmo assim consigo encantar-me, apenas sei que é latim. depois os cânticos também em latim, entoados pelas várias vozes compenetradas e acompanhados pelo órgão numa melodia única. de olhos fechados, deixo que as imagens sugestionadas pelo ambiente místico cheguem. e chegam sem pressa, passando lentas. é no passado que Cristo existiu e é lá que o vejo. vejo uma cruz de madeira só e um homem de barba e longos cabelos compridos sorrindo, sorrindo e deixando-o um sorriso em todos aqueles que o vêem.
fico até ao fim. todos se foram embora e fico a ouvir a música do órgão que continua.
não sei porque quis ir. talvez porque quando lá entrei senti a atmosfera que nos transporta facilmente para onde queremos estar. há uma paz que não nos abandona depois de saírmos. mais que um lugar sagrado talvez seja um lugar mágico!
fico até ao fim. todos se foram embora e fico a ouvir a música do órgão que continua.
não sei porque quis ir. talvez porque quando lá entrei senti a atmosfera que nos transporta facilmente para onde queremos estar. há uma paz que não nos abandona depois de saírmos. mais que um lugar sagrado talvez seja um lugar mágico!