pondělí 12. března 2007
neděle 11. března 2007
metamorfose
quem és tu cidade, que te dizes dos cem suspiros?
quem és tu que já longe me fazes percorrer ainda as tuas ruas estreitas e escuras na esperança de sentir de novo aquela frescor que nos deixa perturbados.
sem querer visto as roupas do século XIII que estão penduradas no cabide de uma igreja. subo a correr os 287 degraus da torre e apenas vejo o render da guarda de outros tempos. talvez seja melhor regressar. que horas são? os apóstolos acenam-me da janela do relógio astronómico e o esqueleto pequenino toca o sino, é hora certa. hora de voltar.
desço a correr os quase 300 degraus. descanso um pouco e saio de novo esquecendo que estou prisioneira desse quê que não se vê.
és falsa, cidade! ninguém acredita a tua fé, no entanto insistes em afirmá-la de forma grandiosa.entro nos teus templos cristãos. do gótico ou barroco é fácil querer ficar embalada na música dos teus órgãos dourados ou na beleza da tua simplicidade.
sem querer regresso ao passado onde ainda sabes pertencer. há um feiticeiro em cada esquina. alquimistas! desvio-me dos guardas que vos perseguem e que vos querem mortos na fogueira. a pedra filosofal nunca existiu. nunca houve ouro mais verdadeiro do que vive em vós. morrerão sem merecerem naquela torre alamadiçoada do castelo, por ordem do rei. os vossos livros e notas serão salvos para que contem a vossa história ao mundo da ciencia.
afinal era apenas um conto de marionetas, uma história de crianças que ouvi contar, sem querer.
afasto-me e deixo-me ficar perto do rio - aprecio a paisagem e sigo pela Karluv most (a ponte). disseram-me que era mágica. pedi um desejo. as trinta estátuas que me acompanharam sorriem subtilmente e dizem-me adeus. olha a azenha e depois tantas cores perto do rio. não te podias deixar abater na escuridão das tuas torres não era? não te podias deixar dominar pelo negro das tuas ruas?
afinal que és tu cidade? amiga dos judeus. a velha sinagoga, a nova sinagoga, o cemitério, a singagoga espanhola...em que língua me falas? em que lingua te oiço?
deste-lhe a vida e as palavras, hoje ele mora em ti. Kafka. conheço "o castelo" e "o processo".conheci-lhe a morada. não sei para onde fica a "américa". tenho a certeza que em mim se deu "a metamorfose".
cidade, hoje ainda não sei quem és. recordei sintra a tua irmã à beira do atlantico. perguntei-te por mim e ouvi um sussurro - terás de voltar.
e eu volto todos os dias. apenas para não querer um caminho de regresso depois da transformação surrealista de abelha em catavento.
quem és tu que já longe me fazes percorrer ainda as tuas ruas estreitas e escuras na esperança de sentir de novo aquela frescor que nos deixa perturbados.
sem querer visto as roupas do século XIII que estão penduradas no cabide de uma igreja. subo a correr os 287 degraus da torre e apenas vejo o render da guarda de outros tempos. talvez seja melhor regressar. que horas são? os apóstolos acenam-me da janela do relógio astronómico e o esqueleto pequenino toca o sino, é hora certa. hora de voltar.
desço a correr os quase 300 degraus. descanso um pouco e saio de novo esquecendo que estou prisioneira desse quê que não se vê.
és falsa, cidade! ninguém acredita a tua fé, no entanto insistes em afirmá-la de forma grandiosa.entro nos teus templos cristãos. do gótico ou barroco é fácil querer ficar embalada na música dos teus órgãos dourados ou na beleza da tua simplicidade.
sem querer regresso ao passado onde ainda sabes pertencer. há um feiticeiro em cada esquina. alquimistas! desvio-me dos guardas que vos perseguem e que vos querem mortos na fogueira. a pedra filosofal nunca existiu. nunca houve ouro mais verdadeiro do que vive em vós. morrerão sem merecerem naquela torre alamadiçoada do castelo, por ordem do rei. os vossos livros e notas serão salvos para que contem a vossa história ao mundo da ciencia.
afinal era apenas um conto de marionetas, uma história de crianças que ouvi contar, sem querer.
afasto-me e deixo-me ficar perto do rio - aprecio a paisagem e sigo pela Karluv most (a ponte). disseram-me que era mágica. pedi um desejo. as trinta estátuas que me acompanharam sorriem subtilmente e dizem-me adeus. olha a azenha e depois tantas cores perto do rio. não te podias deixar abater na escuridão das tuas torres não era? não te podias deixar dominar pelo negro das tuas ruas?
afinal que és tu cidade? amiga dos judeus. a velha sinagoga, a nova sinagoga, o cemitério, a singagoga espanhola...em que língua me falas? em que lingua te oiço?
deste-lhe a vida e as palavras, hoje ele mora em ti. Kafka. conheço "o castelo" e "o processo".conheci-lhe a morada. não sei para onde fica a "américa". tenho a certeza que em mim se deu "a metamorfose".
cidade, hoje ainda não sei quem és. recordei sintra a tua irmã à beira do atlantico. perguntei-te por mim e ouvi um sussurro - terás de voltar.
e eu volto todos os dias. apenas para não querer um caminho de regresso depois da transformação surrealista de abelha em catavento.
praga
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